Hérnias abdominais e diástase abdominal são condições comuns que afetam a parede abdominal, causando desconforto e, em alguns casos, complicações sérias. Ambas se relacionam com fraqueza da parede abdominal, contudo elas diferem em sua severidade e tratamentos. Este texto explora essas diferenças, além dos sintomas, métodos de diagnóstico e opções de tratamento disponíveis.
As hérnias abdominais são falhas ou orifícios da parede abdominal onde tecidos de dentro do abdome, e até mesmo porções de órgãos, podem se ejetar e se instalarem no local aberto. Elas podem ser redutíveis, quando o tecido entra e sai do orifício, ou cronicamente habitadas, quando os tecidos permanecem no local falhado. Existem vários tipos de hérnias, incluindo inguinais, umbilicais, femorais e incisionais, cada uma com suas características específicas. As causas mais comuns incluem esforço físico excessivo por períodos longos, obesidade, gravidez e condições médicas que aumentam a pressão intra-abdominal, como tosse crônica ou constipação.
A diástase abdominal, por outro lado, refere-se à separação dos músculos do reto abdominal ao longo da linha alba, a faixa de tecido conjuntivo que corre verticalmente no centro do abdômen. Essa condição é mais frequentemente observada em mulheres durante e após a gestação, no entanto, também pode ocorrer em homens e mulheres devido à obesidade (aumento da gordura visceral), levantamento de peso excessivo ou exercícios inadequados.
Os sintomas de hérnias abdominais incluem um inchaço ou protuberância visível na área afetada, dor ou desconforto, especialmente ao levantar objetos, tossir ou se esforçar, e, em casos graves, dor intensa local e até obstrução intestinal. Para cenários com dores intensas súbitas, abaulamentos que não reduzem e vermelhidão com calor local, é necessário ser avaliado de urgência por possível complicação com estrangulamento do tecido que se projeta pelo orifício da falha ( em sua grande maioria o intestino).
A diástase abdominal geralmente não é dolorosa, mas pode causar uma aparência de “barriga saliente” e em bico, fraqueza abdominal e problemas posturais.
O diagnóstico de ambas as condições geralmente envolve um exame físico detalhado e pode ser confirmado por exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada. Esses exames ajudam a determinar a extensão da separação muscular e a presença de uma hérnia, além do tipo de tecido que sai do abdome pela falha.
O tratamento para hérnias abdominais requer cirurgia para reparar a abertura na parede abdominal e evitar complicações, como o encarceramento ou o estrangulamento do intestino. Existem várias técnicas cirúrgicas, incluindo a reparação aberta e a laparoscópica, ambas eficazes para corrigir a hérnia e reforçar a parede abdominal. Sua escolha irá depender do tipo de hérnia e de condições relacionadas ao paciente.
Para a diástase abdominal utiliza-se a cirurgia para aproximar os músculos separados e restaurar a função abdominal, com efeito estético melhorado. Esta também é possível de se realizar por via laparoscópica.
A prevenção de hérnias abdominais e diástase abdominal envolve manter um peso saudável, evitar o levantamento de peso excessivo, praticar exercícios adequados para fortalecer a musculatura abdominal e, no caso de gravidez, seguir orientações médicas para evitar ganho de peso excessivo, exercícios seguros e posturas corretas.
Em resumo, tanto as hérnias abdominais quanto a diástase abdominal podem ser tratadas eficazmente com intervenções cirúrgicas bem estabelecidas e com boa resposta terapêutica. A detecção precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir piora e complicações das hérnias e assim melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados.
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